coisas da vida.

Ela não tirava os olhos de meus dedos inquietos.
Sua primeira consulta né filha? Balancei a cabeça com um sinal positivo.
-Há algo que não quer que eu diga ou posso dizer tudo o que me aparece.
-Tudo, claro.
Enquanto embaralhava suas cartas, minha atenção se desviava para os inumeros santos, tentava de alguma maneira me distrair, ou talvez conhecer melhor onde estava, para me sentir segura.A energia do lugar era totalmente negativa e meu péssimo estado de espirito não contribuia para qe as coisas melhorassem.Ela separou as cartas e começou a dizer de meu passado, estava certa.
Quanto ao meu presente ficou confussa, não estranhei, era minha situação atual e o futuro pouco me importava ou, talvez era o que mais me importava em saber.
Para dizer a verdade não sei por que fui a uma cartomante, talvez meu desespero momentaneo de que as coisas sempre davam errado para mim, e neste período passava por algumas tribulações.
Cada vez que ela colocava os cotovelos na mesa e lançava me um olhar tenebroso entendi que a consulta que pagava era a minha interior e me achava uma tola por querer respostas de coisas que devo simplismente aceitar.
Meu desespero, minha tolice.
Como dizem o tempo é o senhor da razão.
Descobri que sou eu que dou as respostas.